segunda-feira, 24 de abril de 2017

Fale com as crianças e adolescentes sobre assédio sexual antes que as primeiras dúvidas apareçam

Um levantamento realizado nos Estados Unidos mostrou que um a cada seis meninos e uma a cada quatro meninas sofrerá abuso ao longo da vida. E, segundo a ONG Childhood Brasil, que combate a violência sexual contra menores, apenas 10% das vítimas não conhecem os criminosos.
“Evitar o assédio sexual contra crianças exige o enfrentamento de tabus”, diz a psicanalista Rose Miyahara, coordenadora de formação do Centro de Referência ás Vítimas de Violência Sexual do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. “Um deles é o fato de que pode, sim, surgir na família. É preciso ficar de olho.” Segundo ela, abusadores normalmente não conseguem esconder os sinais mais discretos, como olhares ou declarações em que forma e conteúdo não combinam. É quando um tio, por exemplo, diz: “Que bundinha linda desta menina!”, com tom de elogio pueril, mas cunho claramente sexual. Cabe aos pais, sobretudo á mãe, aceitar que isso é possível e permanecer atenta.
No lugar de entrar em paranoia e afastar as crianças do convívio familiar ou social, indica-se prepara-las para identificar o assédio, tentar pará-lo e pedir ajuda. Tal educação começa cedo, em casa. Um dos primeiros passos: ensinar os filhos a nomear as partes do corpo de maneira apropriada á idade e, ao mesmo tempo, orientá-los sobre o que é íntimo e só deve ser tocado por eles ou pelos pais, exclusivamente durante a higiene ou cuidados com a saúde. Tão logo possível, a partir dos 4 ou 5 anos, eles já podem aprender a lavar os genitais sozinhos e entender que essa é uma tarefa só deles. “Com essa idade, a criança precisa saber que seus órgãos sexuais são apenas dela e devem ficar guardados”, afirma Anna Flora Werneck, responsável pela Gestão do Conhecimento da ONG Childhood Brasil. “Deixar bem claras as noções do que é público ou privado.”
A partir do momento em que a criança passa a frequentar a casa de amigos e outros círculos sem os pais, a instrução deve ser mais direta e objetiva. Dada a gravidade do tema, abre-se exceção a uma regra mestra em educação: responder apenas aquilo que os filhos perguntam. Quando o assunto é assédio sexual, não se aconselha esperar que os questionamentos surjam. Até porque, quando isso acontece, pode ser sinal de que algo já vai mal. Nessa fase, os pais precisam deixar claro o que pode e o que não pode. Converse com a criança e explique as várias situações que indicam que alguma pessoa a está molestando.
Com a chegada da adolescência, á medida que os filhos tornam-se independentes e rebeldes e tudo ganha contorno de controle. Por isso, mantenha o diálogo aberto desde cedo. Caso o adulto tenha tanta dificuldade de entrar no assunto que o diálogo pareça impossível, ele próprio deve procurar ajuda especializada. Um estudo publicado recentemente na revista científica Journal of American Medical Association mostrou que adolescentes que conversam com os pais sobre sexo tendem a ter comportamentos mais seguros, como usar preservativos. “É importante ainda tratar o sexo como algo natural, prazeroso, sim, mas que exige cuidado”, diz Rose Miyahara. Os pais não podem ter medo de passar por chatos. Precisam, sempre que for oportuno, emitir sua opinião sobre o que é adequado ou não, impor regras e limites sem privar os filhos de explorar o mundo.
“Os jovens devem ter a garantia de que, quando estão em risco, por mais absurdo que seja o ato que eles ou os amigos tenham cometido, podem recorrer á ajuda dos pais”, afirma a especialista. Com essa certeza, estarão preparados para fugir de enrascadas. É preciso, ainda, ficar atenta aos relatos dos filhos e a mudanças bruscas de comportamento. “A criança dá sinais. Esteja aberta para percebê-los”, alerta Rose. Entre os sintomas mais comuns estão dor ou dificuldade para ir ao banheiro, infecções de urina persistentes, falta de apetite, sonolência exagerada ou apatia repentinas. Se a suspeita for confirmada, denuncie e peça ajuda. Há três canais para isso: a delegacia, o disque 100 e o conselho tutelar.
O calor do momento pode dar a sensação de certa impotência e de risco iminente. Prevenir a violência sexual, porém, é um trabalho diário e bem-sucedido na maioria dos casos. Vale a pena encarar essa tarefa.
Para começar a conversa
Filmes que ajudam a abrir o diálogo e esclarecer dúvidas sobre o assunto:
Defenda-se
Produzida pela campanha de mesmo nome, a série está disponível no site defenda-se.com. Os vídeos curtos tratam com linguagem apropriada para crianças os temas relacionados á prevenção da violência sexual, como medidas para se proteger, denunciar e também como diferencias carinho de abuso.
Indicação A partir de 5 anos.
Que abuso é esse? E que exploração é essa?
Fruto da parceria ente a ONG Childhood Brasil, que combate a violência sexual, e o Canal Futura, os vídeos (publicados no YouTube) mesclam diálogos simples entre bonecos, em um cenário que remete a uma vila, com entrevistas com especialistas no assunto. É excelente tanto para tirar dúvidas dos adultos como para ajudar as famílias a abordar o tema.
Indicação A partir de 12 anos.
Homens, Mulheres & Filhos
Centrado em um grupo de alunos de uma escola e seus pais, o filme, do mesmo diretor deAmor sem Escalas e Juno, mostra de que forma a internet pode colocar os relacionamentos em risco, a exposição aos crimes e distúrbios sexuais. Embora o assédio seja uma história secundária, o drama é uma boa oportunidade para reavaliar comportamentos e abrir o diálogo em casa sobre temas tão delicados.
Indicação: Adolescentes.
Confiar
Dirigido por David Schwimmer (O Ross, de Friends), o filme é um retrato fiel dos casos de abuso em que as vítimas são levadas a duvidar de que tenham mesmo sofrido violência. Uma garota á beira dos 14 anos começa a conversar online com um homem. Ele diz ser adolescente, e ela só descobre a verdade ao encontrá-lo.
Indicação: Adolescentes.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Olhos bem abertos !!!

A exploração sexual de crianças e adolescentes, infelizmente, é uma realidade no Brasil e no mundo, inclusive no turismo. Todos os anos, em diversos lugares do planeta, pessoas viajam. Seja a trabalho ou a lazer.
Por isso, o Conselho de Estocolmo, a Polícia Sueca e a World Childhood Foundation (Childhood) criaram a campanha “Resekurage”,  que significa coragem de viajante, para conscientizar as pessoas que testemunharam casos de exploração sexual de crianças e adolescentes a denunciarem. O pensamento para chegar na mensagem da campanha foi:
“Ousar reconhecer que você pode testemunhar uma situação de exploração sexual de crianças e adolescentes em sua viagem. Ousar ver e dizer o que você viu é mostrar que você tem a coragem de viajante.” 

Por isso, pedimos que mantenha seus olhos bem abertos, não só quando estiver viajando, mas caso desconfie de alguma situação de violência sexual com crianças e adolescentes, e fale o que você viu. Meninos e meninas ao redor do mundo são abusados ou explorados sexualmente, todos os dias. Se suspeitar de algo, denuncie! Disque 100, baixe o aplicativo Proteja Brasil ou entre em contato com o Conselho Tutelar ou Polícia local.
Mantenha seus olhos bem abertos! #EyesWideOpen

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Com os campeões de Jiu Jitsu

Durante moção de aplausos recebido pelos atletas de Jiu Jitsu, dá esq, para dir., Amundsen Richard, Julio Nunes e Tiago Silva, da MN Fight Center Zenith de Cajati, que nos representaram e foram vencedores no Floripa Fall International Open IBJJF Jiu Jitsu Championship no último Domingo (09-04) em Florianópolis SC.

Participação e entrevista no Programa Exporte Vale, contei toda a história do Conselho neste programa !!!

PARA ASSISTIR O VÍDEO NA ÍNTEGRA BASTA CLICAR  NA IMAGEM E FAZER O LOGIN NO FACEBOOK